sábado, 31 de agosto de 2013

As empresas dos sonhos dos jovens em 2013



A empresa dos sonhos dos jovens brasileiros teria a estabilidade, os salários e os benefícios da Petrobras, mas com a possibilidade de inovar e a infraestrutura do Google. Desde 2008, a estatal de petróleo e a multinacional de tecnologia disputam a preferência desse público, com placar favorável à primeira. Na mais recente edição da pesquisa “Empresa dos sonhos dos jovens”, que ouviu 52 mil pessoas de 17 a 26 anos, a Petrobras foi novamente a campeã e o Google ficou com o segundo lugar


Veja quadro abaixo:




Na opinião de Maíra Habimorad, CEO da Cia de Talentos , que realizou o estudo com a Nextview People, ter duas organizações tão distintas – e escolhidas por razões tão diferentes – no topo do ranking não chega a surpreender. “Os jovens querem o melhor dos dois mundos e nem sempre entendem que junto com o bônus vem o ônus”, afirma a consultora.

Isso significa que é preciso fazer uma pesquisa profunda levando em conta, por exemplo, o alinhamento dos valores e dos princípios éticos. “Não adianta escolher onde se deseja trabalhar apenas por um determinado motivo. É preciso lembrar que, ao entrar em uma organização, você vai precisar comprar o pacote completo.”

O resto da lista, no entanto, é bastante coeso e mais “realista”. Isso porque praticamente todas as outras companhias que completam o top 10 como Itaú, Vale, Nestlé e Ambev foram escolhidas porque, na opinião dos jovens, oferecem aprendizado e desenvolvimento profissional, além de terem boa imagem no mercado. “São nomes bastante fortes, sólidos e tradicionais. Isso passa credibilidade, algo que a nova geração leva bastante em conta”, afirma Maíra.

O gerente de recursos humanos da Petrobras, Antônio Sérgio Oliveira Santana, afirma que embora as contratações na empresa sejam feitas por meio de concurso público, este reconhecimento é importante para atrair o interesse dos melhores. “Atuamos em um ambiente com tecnologia de ponta e desafios constantes. Assim, é difícil preencher algumas vagas”, afirma. Em sua opinião, os jovens valorizam a capacitação constante na empresa, que investe pesado em centros de pesquisa, universidade corporativa e patrocínio de bolsas de estudo.

Além disso, a estatal costuma levar alguns de seus profissionais para divulgar a companhia a alunos do ensino médio e superior. “São inúmeras as possibilidades de carreira internamente. Vamos até esses jovens para explicar o que fazemos e o que podemos oferecer a eles”, diz.

Já Mônica Santos, diretora de recursos humanos para a América Latina do Google, afirma que o jovem, de maneira geral, é ávido por informação, e este é um dos pontos mais fortes da cultura da companhia. “A relação com os funcionários é muito transparente. Mantemos um contato permanente com eles em reuniões, comitês e diversas outras iniciativas – e não só de cima para baixo”.

A executiva destaca que, além de desenvolver produtos inovadores, o Google atrai os jovens por ter uma postura moderna também no papel de empregador. “Definitivamente não somos uma organização tradicional. Incentivamos um clima mais informal e aberto, para que pessoas sejam elas mesmas e não precisem vestir uma máscara no ambiente corporativo. O objetivo é entregar resultados e, ao mesmo tempo, se divertir”, diz.

A edição de 2013 da pesquisa trouxe duas novidades em relação ao ano passado: PwC e Santander, que apareceram pela última vez no ranking em 2002 e 2006, respectivamente. João César Lima, sócio da PwC responsável pelo departamento de RH, afirma que a empresa contrata cerca de 500 trainees por ano e, quase sempre, trata-se do primeiro emprego desse pessoal. “Esse é um público fundamental para o nosso negócio. Tentamos ouvir esses jovens e criar um programa que seja atraente.”

A empresa, que atua na área de consultoria e auditoria, também tem a estratégia de visitar universidades para atrair os jovens. “Temos que explicar o que fazemos e o que oferecemos aos estudantes, pois não é um produto que eles podem encontrar no supermercado”, diz Lima. O próprio executivo ingressou na companhia como trainee e, segundo ele, a oportunidade de desenvolvimento de carreira é o grande diferencial da PwC. “Somos conhecidos por formar talentos e as pessoas valorizam isso”, afirma.

Esse é o caso de Rafael Pacitti, trainee na companhia desde abril. Formado em engenharia, ele conta que sempre se sentiu atraído pela área de consultoria. Após pesquisar os grandes nomes do mercado, concluiu que na PwC teria a segurança e o suporte necessário para iniciar a carreira. “Existe um plano bem estruturado de aprendizado e desenvolvimento. Todos tem a mesma oportunidade de evoluir e crescer internamente, depende da sua disposição”, afirma.

Já o Santander intensificou diversas políticas de aproximação com o público jovem nos últimos anos, inclusive com projetos sociais e outros voltados à educação e sustentabilidade. De acordo com a superintendente de recursos humanos Fátima Gouveia, um exemplo é o portal Caminhos e Escolhas, que oferece conteúdo sobre qualificação profissional e orientação de carreira e já tem mais de 280 mil usuários cadastrados. “Os jovens reconhecem iniciativas como essa. Além disso, 45% dos funcionários do banco têm até 30 anos de idade e existe uma grande interação entre eles e os que participaram da pesquisa”. Fátima destaca também que os jovens gostam do fato de o Santander ser uma instituição global, o que dá uma perspectiva internacional à carreira.

Em 2012, 77% dos respondentes disseram ter uma empresa dos sonhos, índice que caiu para 60% este ano. Segundo Maíra Habimorad, da Cia de Talentos , uma das explicações é a grande quantidade de informações a que os jovens têm acesso, o que pode levá-los a ter uma visão crítica e menos idealizada das companhias. “Além disso, mais da metade dos participantes já está inserida no mercado de trabalho e tem contato real com o mundo corporativo”, diz.

Para ler mais e ver a matéria que saiu no Valor Econômico - Clique Aqui

Fonte: Cia de Talentos



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