Nesse campo, a conduta ética está no fio da navalha que separa o que é
bom para o indivíduo e bom para a coletividade. A reflexão (que daria uma boa
discussão de horas) passa por identificar a distância que se estabelece entre o
que é bom para a empresa e para a coletividade de seus empregados, para a
empresa e a comunidade que a recebe, para a empresa e os seus clientes, para
líderes e funcionários.
Um caminho repleto de escolhas, muitas delas mais ligadas a resultados
num sentido utilitarista das decisões intermediárias que levam ao objetivo
final.
Mas do que dependem essas escolhas?
1. Você recebe uma oferta de uma empresa publicamente reconhecida por
causar danos ao meio ambiente para receber o dobro de salário. Você rejeita a
proposta de emprego, ou "depende"?
2. Você é responsável por uma area de comércio exterior e precisa
destravar um produto parado no porto para não prejudicar a produção. Você paga
propina, ou "depende"?
3. Você falha e é o responsável por um vazamento de difícil
identificação, mas que pode comprometer a saúde da comunidade. Você divulga, ou
"depende"?
4. O ponto de venda lhe oferece uma oportunidade para garantir um espaço
comercial importante que lhe ampliaria a chance de atingir suas metas do período.
Você "compraria" o espaço mesmo que isso representasse a exclusão de
um concorrente daquele canal de venda, ou "depende"?
5. Seu chefe lhe pede para protelar ao máximo os procedimentos de
assistência técnica para que o consumidor desista antes de ter que fazer os
reparos necessários. Você obedece, ou "depende"?
Depende do que? Você considera que o mal menor justifica evitar o mal
maior? Em qual ponto de vista?
É claro que as situações aqui colocadas têm um sentido provocativo e
dificilmente podem ser definidas sem uma análise mais ampla dos aspectos que
envolvem cada cenário. Servem para despertar a reflexão. Mas o certo é que
estamos todos os dias envolvidos em decisões que podem "flexibilizar"
perigosamente os padrões de conduta ética, beneficiando individuos em
detrimento de outros. Se não somos atores desse processo, muitas vezes
assistimos essas práticas como observadores calados.
Embora praticamente todas as empresas incluem no seu discurso a ética
como parte do processo de sustentablidade, muitas vezes o conceito está
divorciado da prática do negócio premido pela obtenção de resultados de curto
prazo.
A principal razão do abandono da ética é que ela exige disciplina,
respeito aos valores humanos e sociais e, sobretudo, traduz a certeza de que o
sucesso não se faz da noite para o dia.
Eu acredito que as empresas e os profissionais que consideram esse
equilíbrio de conduta na sua prática diária estão sempre em vantagem e, por
consequêcia, estão mais próximos de bons resultados no longo prazo (os
resultados serão sustentáveis).
E você, já teve que fazer escolhas difíceis em sua carreira?
Conta aqui para nós!
Um abraço e até a próxima....
*Texto retirado do blog Carreira, da Época Negócios, escrito por Carlos
Faccina.
http://glo.bo/uPp9g2
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